Filmes sobre as mascaras

  1. DUAS VIDAS
  2. RAZÃO E SENSIBILIDADE

———————————————————————————————————————————————

Trechos da palestra 84 – O AMOR, O PODER E A SERENIDADE COMO ATRIBUTOS DIVINOS E COMO DISTORÇÕES

Capitulo 9 do Livro Não temas o Mal – Eva Pierrakos – Ed. Cultrix

“Eu gostaria de tratar aqui dos três maiores atributos divinos:  O Amor, o Poder e a Serenidade e como eles se manifestam nas suas formas distorcidas.

Na personalidade saudável, estes três princípios trabalham lado a lado, em perfeita harmonia, alternando-se de acordo com a necessidade específica de cada situação.   Eles se completam e fortalecem mutuamente.

Deve ser mantida uma certa flexibilidade a fim de que nenhum destes três atributos contradiga ou interfira no outro.  Contudo, na personalidade distorcida, eles podem excluir-se uns aos outros.

Um é a contradição do outro e, assim, eles criam conflitos.  Isto acontece porque um destes atributos é escolhido, inconscientemente, para desempenhar o papel principal na solução da vida e dos problemas da vida.

Vocês devem lembrar-se de que eu tratei das atitudes de submissão, agressividade e ausência.   Estas são as distorções do amor, do poder e da serenidade.”

………………

“Quando criança o ser humano enfrenta desapontamentos, solidão e rejeição tanto reais quanto imaginários.  Isto cria uma insegurança e falta de auto-confiança que ele procurar supera, na maioria das vezes e infelizmente, de forma incorreta.

A fim de superar as dificuldades criadas, não apenas na infância mas, também, mais tarde, por causa da solução incorreta, a pessoa envolve-se, cada vez mais, num círculo vicioso.

Inconsciente de que a “solução” que escolheu traz mais problemas e desapontamentos, ele tenta, de maneira cada vez mais exaustiva, perseguir aquilo que considera como a solução.   E, quanto menos consegue atingi-la, mais duvida de si, mais adota uma solução errada.”

……………….

“Uma dessas pseudo-soluções é o amor.  O sentimento é:  “se ao menos eu fosse amado, tudo estaria bem”.  Em outras palavras, espera-se que o amor resolva todos os problemas.  É desnecessário dizer que isto não é verdadeiro, especialmente quando se considera a maneira como esperamos que esse amor seja dado, quando, na realidade, tal pessoa – com distorções – dificilmente será capaz de experienciar o amor.

A fim de receber amor, tal pessoa desenvolve várias tendências e padrões típicos da personalidade, de comportamento e reação internos e externos e, conseqüentemente, torna-se mais vulnerável e mais fraco do que já é.

Ele aprende características cada vez mas auto-destrutivas a fim de obter amor e proteção;  tudo isto parece salvá-lo da aniquilação.  Ele obedece às exigências reais ou imaginárias das outras pessoas.  Ele se humilha e se submete a ponto de vender sua alma para receber aprovação, simpatia, ajuda e amor.”

………………..

“Na segunda categoria, está aquele que busca o poder.   Esta pessoa pensa que poder e independência das outras pessoas resolverá todos os seus problemas.   Este tipo, bem como o outro, pode apresentar muitas variações e subdivisões.   Pode ser predominante ou subordinado às duas outras atitudes.

Aqui, a criança em crescimento acredita que a única maneira de estar a salvo é tornando-se tão forte e invulnerável, tão independente e sem emoções que nada e ninguém poderá atingi-la.  Assim, esforça-se por negar todas as emoções humanas.

Quando, contudo, elas vêm à tona, sente-se profundamente envergonhado de qualquer emoção e as considera como fraqueza, seja uma fraqueza real ou imaginária.   O amor e a bondade também seriam considerados como fraqueza e hipocrisia, não apenas na sua forma distorcida, como no tipo submisso mas, também, na forma real e saudável.”

………………..

“Vamos, agora, considerar o terceiro atributo, a serenidade, escolhida como um solução e sendo, conseqüentemente, distorcida.   Originalmente, uma pessoa pode ter sido tão atormentada entre os dois primeiros aspectos que pode buscar uma saída escapando dos seus problemas internos e, conseqüentemente, da vida como tal.

Ou seja, sob a ausência, ou falsa serenidade ele ainda está “partido ao meio”, apenas não em consciência disso.    Ela construiu uma fachada muito forte de falsa serenidade, mas ficará evidente que ela, realmente, estava construída sobre areia.

O tipo ausente e o que busca o poder parecem ter algo em comum, que é o distanciamento dos sentimentos e das emoções, o desapego aos outros e uma grande necessidade de independência. Embora , muitos dos motivos emocionais subjacentes sejam similares – medo de magoar-se e se desapontar, medo de depender dos outros e, conseqüentemente, sentir-se inseguro, as imposições da Auto-Imagem Idealizada desses dois tipos são muito diferentes.

O que busca o poder tem orgulho da sua hostilidade e espírito de luta agressivo.   O ausente é inteiramente inconsciente de que tais sentimentos existem e todas as vezes que eles vêm à tona, ele se sente chocado pois eles vão contra as suas exigências.

Estas exigências são:  ele deve olhar de modo benigno e desapegadamente para todos os seres humanos, conhecendo suas fraquezas e qualidades, mas sem ser afetado ou incomodado por nenhuma delas.  Se isto fosse verdade, seria realmente Serenidade.”

Uma resposta

5 12 2012
Nila

Muito interessante! Podemos neste texto fazer correlacoes com as fases do desenvolvimento da criança nos níveis ocular , oral e genital traçando em linhas gerais os mecanismos de defesa próprios de cada uma.

Deixe um comentário