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13 09 2013
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Ano de produção  2012

Dirigido por  Gauri Shinde

Com  SrideviAdil HussainMehdi Nebbou

Gênero  Drama , Comédia

Nacionalidade  Índia

Uma mulher passa por grandes dificuldades na sociedade onde vive, por ser tímida e por não falar inglês. As circunstâncias forçam-na a afirmar sua independência, inscrevendo-se em um curso de inglês e provando ao mundo que ela é tão capaz quanto qualquer outra mulher.

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-208664/

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Indicação

Um filme leve, divertido, bem-humorado e, à primeira vista, despretensioso. Apesar de repleto de clichês, nos conduz a uma profunda reflexão sobre os papéis masculino/feminino, do que aprendemos a denominar atividade/passividade e também sobre a possibilidade de um mundo onde não haja “excluídos”, onde os seres humanos se amem e  respeitem as singularidades de cada um. Shashi é a representante de um universo onde a submissão e a anulação de sua identidade são regras para as mulheres. Ela vive a privação e a insatisfação de sequer tentar se realizar e perseguir seus anseios e sonhos. Se vitimiza e delega ao outro o reconhecimento de seu próprio valor, até que as circunstâncias da vida a empurram para uma tomada de decisão: é ficar congelada no velho e conhecido lugar de vítima ou se arriscar e assumir a responsabilidade por suas escolhas, tomando as  rédeas do próprio destino. A partir daí ela se decide e caminha rumo à sua autonomia. O caminho nem sempre será fácil, porém, trará consigo um enorme sentimento de amor-próprio e mais-valia.

Por Giselle Soares Oliveira – Regional Goiás





FOGO SAGRADO

10 10 2011

Sinopse

Ruth Barron, uma bela jovem que mora com os pais e irmãos no pequeno vilarejo de Sans Souci, na Austrália, sente que algo está faltando em sua vida, mais especificamente na cultura ocidental.  Decide, então, viajar para a Índia onde se integra à legião de fanáticos de um guru, Chidaatma Baba.  Lá, ela passa a se chamar Nazni e a se vestir com o sári, traje nacional das mulheres indianas.

Seus familiares ficam alarmados e tomam a decisão de reconquistar sua filha, utilizando os serviços de um conselheiro espiritual americano, P. J. Waters.

(para ler mais clique no link abaixo)

http://www.65anosdecinema.pro.br/1617-FOGO_SAGRADO_%281999%29

 

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Reflexões sobre o filme

Todos nós possuímos aspectos ainda não conhecidos ou integrados na consciência. Um desses aspectos, nosso lado destrutivo, nos traz muitos problemas e sofrimentos. Para alcançarmos uma vida plena e feliz, é muito importante conhecê-lo e identificar onde ele atua em nossa vida. Esse aspecto que podemos chamar de “eu destrutivo” tem muita força e vitalidade, é muito antigo e faz parte da nossa humanidade. (clique para ver mais)

O filme Fogo Sagrado é rico em conteúdos, principalmente relacionados com a sombra e as distorções humanas,  ressaltando a sexualidade e o prazer atrelado a dor.

O personagem PJ (Harvey Keitel) representa o estereótipo da “máscara do poder distorcido” ou defesa da agressividade. Possui comportamento presunçoso, se acha o “dono da verdade”, acredita que tenha controle das situações, que seja bem sucedido em tudo que faz, aparenta ser forte, durão, usa da vontade e inteligência para garantir o cumprimento de suas metas. Acredita dessa forma, que tenha controle suas emoções e busca controlar o mundo.  Confia que detém o saber, as certezas e superestima suas qualidades de gerenciamento de si mesmo.

PJ Waters sabia do risco ao aceitar a tarefa de resgatar Ruth das influências do guru indiano e trazê-la de volta a realidade, sobretudo sozinho. Cedeu, no entanto, motivado provavelmente por se tratar de um desafio e por encantar-se com a beleza e jovialidade dela.

A personagem Ruth (Kate Winslet) poderia dizer que representa o estereótipo da distorção da “máscara amor” ou a defesa da submissão. Possui um comportamento simpático, sensível, emocional, não se valoriza o suficiente, comunicativa, alegre, envolvente, amorosa, anseia ser acolhida e salva. É sonhadora e tende a entregar seu próprio poder nas mãos do outro e assim ter garantias de ser amada, mesmo que de forma fantasiosa.

Sua mãe complementa esse tipo de defesa (máscara do amor) com a manipulação pela culpa e vitimização,  somatização com intuito de controle, lamentação, submissão, dependência, necessidade de agradar, ingênua, não tem acesso  a raiva, tem dificuldade em dizer não e colocar limites,  sensibilizando os outros para sua dor.

No desenrolar do filme na tarefa de resgatar e salvar a sanidade de Ruth , PJ vai perdendo a sua própria sanidade e mergulhando nas suas próprias sombras e distorções.

Ruth dá espaço também para que sua sombra  e distorções se revele a medida em que a batalha entre ambos se trava num verdadeiro duelo ou jogo de braço, saindo da proposta inicial, o aspecto religioso e indo para o sexual.

O enredo do filme nos dá a oportunidade de conhecer a distorção por trás da defesa,  principalmente do poder (agressividade) e da amorosidade (submissão). Essas distorções normalmente são inconscientes, não sendo assim percebidas pelas pessoas.

No personagem PJ, fica evidente o comportamento de abuso de poder, coação e opressão, dureza,  subjugação, sedução para controle, comportamento invasivo, competição, vaidade excessiva, sexo desconectado de afeto como consumo de prazer pelo prazer (com Yvonne).

A personagem Ruth, evidencia o comportamento sedutor para obtenção do seu desejo, dissimulação,  negando suas próprias distorções, obstinação atendendo seus próprios anseios sem cuidar do seu equilíbrio e sentimento de superioridade espiritual.

No duelo entre os personagens principais, vai desvelando mais e mais o lado destrutivo como defesa extrema para proteção da dor. Esse aspecto,  poderíamos chamar do “eu inferior” ou “lado sombrio da sombra”.

Esse lado fica explícito quando o personagem PJ manifesta crueldade ativa, endurecimento, congelamento e entorpecimento dos sentimentos,  disputa destrutiva, malícia, prazer associado a dor, rendimento como forma de conquista, auto-desqualificação, autopunição, auto humilhação e descontrole.

A personagem Ruth também manifesta crueldade ativa,  através da humilhação, endurecimento, congelamento e entorpecimento dos sentimentos, disputa destrutiva, vingança, malícia, desprezo, raiva ferina, sedução para subjugar, prazer no jogo de envolver sem se entregar e assim obter controle e poder.

Quando a máscara e auto-imagem idealizada de PJ Waters se quebram, mergulha na vulnerabilidade, na dependência, na derrota, na humilhação (o que provavelmente sempre evitou). Conecta seu desamparo original e desmonta, ficando totalmente a mercê  de ser acolhido e visto por ela.

Ruth, que inicialmente se deliciava com seu poder e triunfo, entra também na dor (com o pedido de PJ para que seja “amável”), com isso fica vulnerável, permitindo a quebra da sua autoimagem de “boa pessoa” e percebendo mais profundamente seu congelamento afetivo, além de maior percepção da sua capacidade destrutiva.

O ápice do filme é quando Ruth sensibilizada pelo estado de PJ Waters,  entra em conexão com seu self (Eu Superior) e permite vir a tona as virtudes reais de amor e compaixão e dessa forma pode acolher verdadeiramente, permitindo a expressão de sua verdadeira natureza.

No final, em posse do seu Eu Real (Eu superior + Eu inferior), Ruth, retoma sua busca espiritual a partir de valores mais reais e verdadeiros. PJ Walters é perdoado por sua companheira, torna-se pai de gêmeos, escreve o segundo livro sobre “Um homem e seu anjo vingador’. De alguma forma ambos foram “vencedores” no final, pois somente através da exteriorização dos nossos conflitos e distorções que poderemos fazer as transformações necessárias. O filme nos mostra a humanização dos personagens principais,  na medida em que permite a exteriorização do lado destrutivo e também dos aspectos saudáveis da natureza humana.

Por Flávio Vervloet





O Poder das Trevas

9 03 2011

Informações Técnicas
Título no Brasil:  O Poder das Trevas
Título Original:  Legend of Earthsea
País de Origem:  EUA
Gênero:  Aventura
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 147 minutos
Ano de Lançamento:  2004
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.:  Alpha Filmes
Direção:  Robert Lieberman

Sinopse

Protegido pela Supra Sacerdotisa Thar nas catacumbas de Atuan, o Amuleto da Paz assegurou por séculos em Earthsea o equilíbrio entre humanos e dragões. Agora o futuro não parece tão promissor pois, em decorrência de um ataque do rei invasor Tygath, o amuleto foi quebrado e uma das partes sumiu. A única chance de resgatar a paz se concretiza em um jovem ferreiro e aprendiz de mago chamado Ged. Dos labirintos dos Inominados às câmaras secretas de Earthsea, Ged, a sacerdotisa Tênar e Ogion enfrentarão perigos fantásticos numa jornada mágica para restaurar a Paz e enfrentar o Rei Tygath.

http://www.interfilmes.com/filme_15722_O.Poder.das.Trevas-(Legend.of.Earthsea).html

Para ver o filme: http://filmesmegavideo.net/o-poder-das-trevas-dublado-online/

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Reflexões sobre o filme

Este é o título sugestivo de um filme interessante. Trata-se de um épico que tem lugar num espaço-tempo do tipo “era uma vez” mas que retrata fielmente lutas humanas bem atuais. Batalhas facilmente  observáveis nas politicas interna e externa dos países, nos grandes e pequenos dramas humanos e se formos bem perspicazes, dentro de nós.

Junte os ingredientes: busca pelo poder a qualquer preço, imprudência e impaciência,  medo e coragem, orgulho e humildade e finalmente a busca pela eterna juventude e temos a mistura perfeita de um enredo que prende a atenção até o final. Claro que não podem faltar a mocinha, o herói, o vilão e o amigo fiel.

O filme começa numa pequena vila perdida, não se sabe onde. Um jovem orfão de mãe, quer algo mais da vida do que seguir os passos de ferreiro do pai. Acontece que ele tem mesmo um dom e acaba como aprendiz de um grande mago, à moda antiga, que sugere que ele comece de baixo e vá galgando os degraus do conhecimento, mas o futuro herói é impaciente e quer subir logo, sendo então encaminhado para uma escola de Magia, onde é claro,  vamos encontrar o filhinho de papai pronto a humilhar o insignificante filho do ferreiro sem pedigree. E numa competição de egos, daquelas que todos se envolvem algumas vezes ao dia, nosso filho do ferreiro, pretendente a mago evoca os mortos, e, opa, por engano liberta um poderoso ser das trevas, chamado um dos “inominados”, que passa a persegui-lo.

Ele perde o posto de aluno e passa a fugir do seu algoz.

Paralelamente conhecemos um templo que guarda em seu labirinto subterrâneo a porta de entrada onde os poderes do mal – os inominados – estão trancafiados. Uma venerável sacerdotisa guarda o local e é responsável por passar a sua sucessora as chaves e as palavras rituais que protegem a porta.

Claro que o templo se situa nas terras de um rei sanguinário e autoritário que deseja poder e juventude eternos e vai tentar por todos os meios alcançar seus objetivos.

Nosso herói tem então seu primeiro embate com o poder do mal que liberou e foge apavorado se refugiando junto ao seu primeiro mestre.

O Mestre verdadeiro mostra o caminho e encoraja o pupilo a enfrentar o que teme e ver o que acontece. A única forma de vencer o poder do mal seria saber seu nome e isto ninguém sabe.

O jovem então, já um pouco mais calejado, se conscientiza que precisa assumir responsabilidade por sua vaidade e imprudência e segue em busca do seu destino.

Importante notar que ele não culpou a ninguém ou ficou chorando sua má sorte. Fez o que julgou ser o certo.

Ele então encontra sua missão pessoal que é destruir o poder do mal que inadvertidamente liberou e manter a paz do reino conhecido já que detém metade do amuleto que assegura que todos os “inominados” fiquem onde estão, presos no labirinto do templo.

Vale ressaltar que seu algoz se fortalece a medida que nosso herói o teme e passa a cometer atrocidades pelas quais nosso Herói é responsabilizado.

E não é isso que acontece na vida? Ficamos colocando a culpa de nossa criação fora de nós, por não reconhecermos a parte em nós que cria destrutivamente.

Quando nosso herói, levado pela vaidade, faz bobagem, ele volta e pede ajuda ao velho mago retomando o caminho que é mais longo embora mais seguro. No caminho vai desenvolvendo a força necessária para encarar seus medos e enfrentar o que eles encobrem.

“Se você continuar fugindo, o mal lhe guiará e escolherá seu destino.”

O filme trata sobre a milenar luta entre o bem e o mal. É uma luta travada no nível individual e coletivo. Sendo o coletivo o reflexo da luta interior.

Somos ambiciosos e impacientes e queremos alcançar nossas metas sem precisar pagar o preço devido por elas. Nossas escolhas então trazem consequências e ao assumir responsabilidade por elas vamos galgando lentamente os degraus que nos levam a maior consciência. E quando somos conscientes temos poder de escolha e passamos a criar a partir dessa visão mais ampla, alcançando melhores resultados.

A reviravolta, a mudança de rumo é o momento em que o herói é instruído pelo Mago a passar de perseguido a perseguidor. Pois se gastamos nossa energia fugindo do mal ao invés de enfrentá-lo, seremos vencidos por ele. Mas se nós passamos a persegui-lo… essa é uma investigação interessante. Vejamos o que acontece.

Pois no momento em que nosso herói resolve enfrentar o “inominado” que o persegue ele percebe que temer ou ficar com raiva e rejeitá-lo é que confere força àquele ser e finalmente percebe que o nome do inominado é o mesmo dele. Era uma parte que precisava ser aceita e assim o fez, recuperando o poder contido na sombra. E se tornou inteiro, forte e capaz de levar a cabo sua tarefa frente ao reino: mas, ao invés de manter os poderosos e eternos “inominados presos” ele os libertou surpreendendo a todos. Pois tinha descoberto o segredo da sombra. E então, a paz se fez e foram felizes para sempre.

Quando lutamos contra o mal que está aparentemente fora de nós estamos na ilusão pois, a luta real é travada no interior. Não podemos nos entregar ao medo e sim fortalecer nossa fé com empenho diário e vigilância. A saída não é negar, temer ou se encolerizar contra o mal, mas reconhece-lo como parte de nós tomando posse da energia ali armazenada e que somos nós mesmos em última instância. Não nos tornamos melhores ou especiais, apenas inteiros e isso faz uma grande diferença.

Por Lucia Teixeira Rosa – Regional Distrito Federal





Choque de Classes

12 08 2009

CHOQUE DE CLASSES (2004)

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Sinopse

Homem cansado de rotina familiar com a esposa conservadora e com a irmã dominadora dirige-se a cidade para encontrar sua outra irmã, dona de boate, gerando um choque de classes tão divertido quanto surpreendente. Do mesmo diretor de Pauline & Paulette, filme que ganhou o Prêmio Ecumênico Especial do Júri em Cannes em 2001.

Reflexões sobre o filme

O filme trata do choque entre o tradicional e a transgressão do comum. É um olhar não preconceituoso e não discriminativo do diretor sobre o tema.

Tuur, um homem cansado da rotina em que vive, está profundamente mal-humorado no dia de seu aniversário de casamento. Ele tem um relacionamento tradicional, em que a rotina gerou apatia e estagnação. Além disso, o casal acomodou-se à presença de uma irmã de Tuur dominadora, manipuladora e geniosa. É possível que essa irmã também tenha se acomodado à situação.

Em determinado momento, essa incômoda situação gera fato inédito: Tuur resolve sair de casa e procurar sua outra irmã, que vivia situação oposta à dele. Ela sentia-se rejeitada pela família, por ter escolhido viver de forma e em local diferente.

A visita inesperada de Tuur à irmã de quem se distanciara leva essa personagem de volta ao passado, para rever fantasmas familiares. Contente com a presença do irmão, a irmã demonstra que o quer a seu lado, para fazer-lhe companhia e para compartilhar. O contato entre ambos traz novo significado à vida dessa irmã.

Com o afastamento de Tuur, sua mulher, Emma, encontra seu próprio valor, brilho pessoal, força e coragem para viver. Depois que marido e mulher passam pelas experiências necessárias à transformação de cada um, o que confere novo significado a suas vidas, eles se reaproximam de coração aberto. Após o reencontro, seguem juntos, felizes.

A vida seria mais fácil se as mudanças fossem encaradas como desafios e não como tragédias. Mas isso só seria possível se, em vez de culparmos os outros, assumíssemos a vida como destino pessoal criado, muitas vezes, por nós mesmos.

Frequentemente, a rotina, as regras, as normas, os papéis sociais geram estagnação e paralisam os indivíduos. Nessa situação, os sentimentos tornam-se inacessíveis, as sensações ficam entorpecidas e a razão resta embotada.

É comum a insatisfação, as frustrações, as doenças, os transtornos psíquicos ou algum acontecimento levarem-nos a situações de crise, que revira nossos conceitos, preconceitos e paradigmas. A crise nos acorda do torpor e movimenta a vida dentro de nós. A vida parece não suportar a estagnação e a tudo impulsiona em direção ao crescimento e à expansão.

Por Flávio Vervloet





Show de Truman

30 07 2009

64Sinopse
Pacato vendedor de seguros (Jim Carrey) tem sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre que é o astro, desde que nasceu, de um show de televisão dedicado a acompanhar todos os passos de sua existência.

http://www.adorocinema.com/filmes/show-de-truman/show-de-truman.asp

Reflexões sobre o filme

Muitas reflexões poderiam ser feitas neste filme, mas ficando com os aspectos psicológicos gostaria de refletir sobre o que se chama de auto-imagem. Um dos momentos mais dramáticos do filme Thrumam ele pergunta: tudo aquilo não foi real?
Esta sensação de ter sido enganado, de que tudo não passou de uma fantasia e que de uma hora para outra o que acreditávamos foi colocada em dúvida, a maioria das pessoas em algum momento já sentiu e se ainda não, é possível que venham sentir.

O que tem o show de Thrumam a ver conosco? Ele vivia uma realidade criada e mantida pelo seu idealizador, que o levava a pensar que era real. Thruman construiu sua realidade e a percepção de si mesmo, sua auto-imagem, a partir dos estímulos de seu meio que foi inventado e era falso. Da mesma forma criamos nossa realidade e percepção de nós mesmos a partir dos estímulos do nosso meio, principalmente na infância, e muitas destas construções são interpretações distorcidas da realidade vivida.

Nossas crenças sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo são construídas principalmente nesta fase e reforçadas depois ao longo de nossa vida. Criamos uma auto-imagem que de uma certa forma nos garante ou pretende garantir a nossa sobrevivência e a nossas adaptação ao nosso meio. Esta adaptação ou pretensa solução visa a tornar nossa vida mais fácil e é moldada pelo convívio com nossos pais, ou tutores, familiares, parentes, professores e amigos.

Passamos desde então a acreditar que o que acreditamos sobre nós mesmos, sobre o outro e o mundo é totalmente real e verdadeiro até que a vida e os acontecimentos mostrem algo diferente,e isto as vezes faz nosso mundo virar. O Show de Thrumam é um laboratório do que acontece naturalmente em nossas vidas. Colocaram uma pessoa ao invés de um rato como cobaia de um experimento, só que os motivos aparentemente foram outros. Seu idealizador colocou justificativas filosóficas para brincar de Deus.

Podemos aqui fazer algumas perguntas a nós mesmos: tudo o que acreditamos sobre a vida, nós mesmos e os outros é de fato verdadeiro? O que buscamos ardentemente na vida são de fato nossas necessidades? O que fazemos, nosso trabalho é de fato algo que tem a ver conosco? Somos somente o que percebemos sobre nós mesmos e o que é confirmado pelos outros? Responder estas perguntas é importante para não ficarmos sem chão no futuro. E se não temos as respostas, talvez importa refletir nas perguntas até que algo se clareie.

Por Flávio Vervloet